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Padre Moura da Foz do Douro
Nascido a 29 de Abril de 1839, José dos Santos Ferreira Moura, mais conhecido como Padre Moura, não poderia imaginar a vida que viria a ter depois da morte.
Em 1873 tomou posse como Abade da Foz, e foi sem dúvida um dos párocos mais populares e adorados da pequena povoação piscatória. Dedicado à caridade e às causas sociais, perpetuou o seu legado ao fundar a Associação de Socorros Mútuos da Foz do Douro e a Banda Marcial da Foz, estando a última ainda em funcionamento nos dias de hoje.
Acabaria por falecer aos 48 anos de idade (1887), não tendo resistido a uma dupla pneumonia, sendo depois sepultado no cemitério da Foz do Douro.
Uma série de eventos inesperados que decorreram algumas décadas depois levaram à descoberta de um inquietante fenómeno. No ano de 1924, quando ocorriam obras de terraplanagem no cemitério, houve a necessidade de deslocar o caixão do Padre Moura. Ao efectuar a mudança, os responsáveis depararam-se com o corpo do Padre Moura – que já ali estava sepultado há 37 anos – em perfeito estado de conservação. Imaginem o susto.
Dada a popularidade do Padre na região, a notícia rapidamente se espalhou entre a população, que encarou o fenómeno como sendo um milagre, e uma consequência natural do papel do Padre Moura em vida. É numa amálgama de dúvida e crença que foi ordenada a elaboração de um relatório às causas que poderiam ter contribuído para a mumificação do corpo. Surpreendentemente, os estudos efectuados ao terreno não detectaram a existência de condições favoráveis à mumificação, logo, o corpo não deveria ter permanecido sem sinais de decomposição durante 37 anos. Como se não bastasse, 40 anos após a morte do Padre, o corpo foi ainda sujeito à prova de cal para averiguarem se o mesmo se decompunha, o que não se verificou.
Para a população era óbvio: o corpo do Padre Moura estava tão bem preservado por se tratar de um Santo. Devido a um grande apelo popular, o seu corpo foi colocado num mausoléu próprio, num túmulo de mármore encimado por uma vitrina em cristal, onde pode ser visitado e admirado diariamente.
127 anos após a sua morte o corpo permanece sem sinais do tempo e à espera da visita de crentes e curiosos.
Cemitério da Foz do Douro
Rua de Corte Real, 4150-235 Porto