Comida - Tendências para 2016
Com o nascer de um novo ano, surgem as previsões para as tendências de comida para 2016. E assim sendo, procuramos de alto a baixo (Technomic, Baum+Whiteman, Restaurant.org, The Food People, BuzzFeed, CNBC) as tendências que vão definir o que estará nas nossas cozinhas e nos nossos pratos em 2016. Abaixo podem encontrar uma lista de destaques para cada categoria. Alguém tem palpites?
COZINHA MUNDIAL
Sabores e pratos africanos Comida étnica autêntica Cozinha de fusão étnica Sabores da América Latina Sabores do Médio Oriente
Este ano, todos os olhos se viram para o continente-mãe, África. Os seus pratos e os seus sabores estarão na mente de chefs de todo o mundo, que procuram nas raízes desta cozinha eclética e bem condimentada a inspiração para enfrentar o novo ano. Naturalmente, haverá um forte interesse na cozinha étnica, que será apresentada tanto na sua forma mais genuína, como numa abordagem de fusão com outros estilos.
VEGETAIS & FRUTAS
Algas Frutos exóticos Maçãs autóctones Ervas aromáticas incomuns (ex. cerefólio, porophyllum) Super frutos (ex. açaí) Entradas vegetarianas Vegetais de origem local Vegetais biológicos
Será que 2016 vai ser o ano da alga? É provável que esta deliciosa planta aquática salte dos restaurantes de sushi para as nossas bolachas, pipocas, batidos, saladas, e muito mais. Por outro lado, enquanto que os frutos exóticos continuam a invadir o mundo, as variedades autóctones começam a ganhar destaque, e este ano a feliz contemplada poderá ser a maçã. Os nossos frascos de ervas de tempero deverão levar novos rótulos, e enquanto isso, os restaurantes preparam novas ementas que contemplem entradas vegetarianas.
CARNE, PEIXE & MARISCO
Novos cortes de carne Corte de carne artesanal Salsichas artesanais / caseiras Bacon artesanal / de especialidade Charcutaria artesanal Charcutaria de peixe / marisco Street food em forma de prato principal Poke Marisco/peixe sustentável Porcos e aves criados ao ar livre Carne de novilho alimentado a pasto Carne e peixe/marisco de origem local
Este ano vamos pedir ao talhante novos cortes de carne, e quais designers de alta costura, viajaremos para além do bife do lombo e da alcatra. Poderemos vir a ver o “bife dos bofes” (tradução livre para onglet, ou hanger steak, derivada do diafragma do boi) ou o bife bavette nas nossas ementas. Por outro lado, no artesanal é que está o ganho, pelo menos no que toca à charcutaria: o industrial é algo do passado. O Poke, uma salada de peixe havaiana, poderá vir a ser o próximo sashimi ou tártaro de peixe. E em sintonia com as crescentes preocupações mundiais quanto ao paradigma alimentar, a origem e qualidade das carnes e peixes que consumimos é cada vez mais relevante.
HIDRATOS DE CARBONO
Vegetais em pickle Grãos ancestrais Grãos e sementes com alto teor proteico Arroz negro Quinoa Farro Noodles asiáticos Noodles de origem alternativa (ex.arroz, quinoa)
A fuga ao trigo continua a ser o mote, e 2016 poderá ver novos grãos e sementes a ganhar destaque. A quinoa continuará a ser rainha e senhora, mas os grãos ancestrais, como a espelta, amaranto, farro, painço, kamut e o trigo einkorn já começam a fazer parte do nosso pão. Mas também na massa se poderão observar mudanças, e a loucura dos noodles atinge novos patamares, numa procura por opções mais equilibradas, produzidas por exemplo, com arroz ou quinoa.
OUTROS INGREDIENTES
Óleo de abacate Óleo de côco Curcuma Condimentos étnicos Misturas de condimentos caseiras Queijos artesanais Queijos étnicos (ex. halloumi, labneh) Farinhas étnicas (ex. cassava, teff) Vinagres artesanais Geleias salgadas (ex. geleia de malagueta)
Espelho meu, espelho meu, haverá óleo mais saudável do que eu? Bem, este ano está lançado o debate, e já há dois novos concorrentes, o óleo de abacate e o óleo de côco. Noutras andanças, vemos um interesse acrescido em novas variedades de condimentos, com proveniências profundamente étnicas, e as suas misturas. A procura pelo produto étnico não fica por aqui, e as atenções passam também pelos queijos e farinhas com estas origens.
SOBREMESAS
Gelados artesanais Mini sobremesas Sobremesas salgadas Sobremesas com ingredientes fumados Sobremesas híbridas
No mundo dos doces, procuram-se novos heróis. A mania dos gelados artesanais parece ter vindo para ficar, contudo, os híbridos (quem não ouviu falar do cronut) e as miniaturas, bem como uma prole mutante do doce, que agora é também salgada e fumada, poderão começar a andar à solta.
BEBIDAS ALCOÓLICAS
Cervejas e bebidas brancas artesanais Cerveja caseira Bebidas envelhecidas em barril Cocktails comestíveis Cocktails culinários Cocktails à base de cerveja Bebidas não tradicionais (cachaça, soju) Bebidas alcoólicas (vodka, whiskey) infundidas
Em 2016, a cerveja artesanal vai continuar a conquistar as manchetes. Aliás, a cerveja até vai começar a invadir os cocktails. Este ano talvez fervilhem também os cocktails comestíveis e os cocktails culinários, inspirados em pratos e técnicas culinárias, e incorporando ingredientes como ervas aromáticas, vegetais e frutos. E tudo o que puder se envelhecido em barril, vai já para o casco.
BEBIDAS NÃO ALCOÓLICAS
Café artesanal Limonada gourmet Chá gelado de especialidade (ex. matcha) Cocktails sem álcool (Mocktails) Refrigerantes caseiros Água de côco Água com frutos
Sim, pelos vistos vamos mesmo esquecer a nossa máquina Nespresso e virar-nos para o café feito à mão (quase literalmente). Os restaurantes irão finalmente aprender a fazer limonadas, e os chás gelados exóticos vão adoçar o nosso paladar. Os cocktails sem álcool farão as delícias de graúdos e sofisticados miúdos, e há uma forte probabilidade de alguém inventar a próxima coca-cola.
MÉTODOS DE PREPARAÇÃO
Pickles Fumados Fermentação Queimar Sous vide
Este ano vamos experimentar técnicas novas, como fazer pickles ou fermentação (ex. kimchi), bem como técnicas que utilizem fumo, quer da forma mais tradicional (ex. charcutaria), quer de novas formas, como cocktails com gelo fumado, ou sobremesas fumadas.
ORIGENS & HÁBITOS
Produção local Sustentabilidade ambiental Redução do desperdício alimentar Aproveitamento de partes menos usadas (ex. raízes, orgãos) Comida "humilde" Entregas (delivery) de comida a casa (ex. Uber)
A preocupação com o modo de produção dos alimentos está bem presente na agenda. Os consumidores e a restauração procuram produtos produzidos de forma sustentável, biológica e a nível local. Também nesta onda de pensamento, a redução do desperdício alimentar, o aproveitamento de partes pouco utilizadas (como por exemplo, os caules e raízes desperdiçados em vários vegetais) e a inspiração em pratos humildes e simples serão pontos de destaque.
Referências - 11 Hottest Food & Beverage Dining Trends in Restaurants and Hotels 2016, Baum Whiteman, http://www.baumwhiteman.com/2016Trends.pdf- Food Trends 2016-2017, The Food People, http://thefoodpeople.co.uk/infographics/food-beverage-trends-2016-17- What’s Hot - 2016 Culinary Forecast, National Restaurant Association, http://www.restaurant.org/Downloads/PDFs/News-Research/WhatsHot2016- Seaweed is the New Kale: 11 Hot Food Trends for 2016, CNBC, http://www.cnbc.com/2015/12/21/seaweed-is-the-new-kale-11-hot-food-trends-for-2016.html - Technomic’s Top 10 Menus Trends of 2016, Technomic, http://www.restaurantbusinessonline.com/ideas/consumer-trends/video-technomics-top-10-menu-trends-2016 - These Are Going To Be The 16 Biggest Food Trends In 2016, According To Pinterest, BuzzFeed, http://www.buzzfeed.com/lindsayhunt/crystal-pinterest-ball#.lfDMJBjJa
Créditos Fotografia "Spices of Egypt" por EmsiProduction proveniente de Flickr, disponível sob uma licença Creative Commons Attribution 2.0 Generic License. Link