Algo puritano,
mas eis para nós a melhor forma para saborear uma francesinha
Se alguma vez visse um artigo que exibisse no título “Como comer uma francesinha”, ria-me. Mas acima de tudo, como portuense, ficaria intrigado. Não se trata da etiqueta da francesinha, mas acima de tudo de não complicar o que é simples. Sendo a francesinha um prato algo diabólico, vimos aqui trazer alguma ordem à mesa no momento deste repasto para que melhor o possa desfrutar.
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SAI UMA FRANCESINHA SEM BIFE!
Linguiça, mortadela, salsicha fresca e fiambre. A francesinha não precisa de ser mais carnuda. Será que um bife faz falta? Não faz, nenhum bife brilha quando colocado entre uma tira de fiambre e linguiça. Até porque o contributo gustativo destas carnes fumadas anulam completamente qualquer contributo de sabor ou textura que o bife pudesse oferecer a este prato.
Prepare-se agora para o argumento histórico. Nos anos 50 – quando alegadamente a francesinha foi criada – o preço dos bifes dava sustos de morte e, no fim de contas, a francesinha era suposto ser um prato económico – , e portanto, o recheio da francesinha contava com carne de porco assada e não com bife. Apesar da tradição não o contemplar, o bife de alguma forma ganhou popularidade e saltou para dentro da francesinha.
O MOLHO NÃO É PARA ENFEITAR
Francesinha sem molho, é como carne sem sangue. O molho confere-lhe sabor e amacia a textura. Quando a francesinha é servida, o molho está apenas em contacto íntimo com a carapaça de queijo que a recobre. Mas não isso chega, e é preciso deixar que o seu interior seja banhado pelo molho a cada garfada, para que melhor se liguem todos os seus ingredientes. Se o molho que acompanha a sua francesinha não for suficiente, só terá que pedir mais.
NÃO AFOGUE AS BATATAS NO MOLHO
As batatas fritas são o acompanhamento mais comum para este prato. Repare que não são batatas cozidas, nem batatas assadas, ou até puré de batata. E assim, as batatas fritas são o único e valioso componente crocante deste prato (isto desconsiderando aquelas vezes em que são servidas moles e empapadas): ter as batatas mergulhadas no molho não vai ser uma grande ajuda para o manter o seu elemento mais crocante.
HÁ MELHOR AMIGO DO QUE O VINHO
É assim: vinho e francesinha não se dão muito bem juntos. Há algo no molho da francesinha que destrói qualquer fracção aromática do vinho. Na boca, o vinho transforma-se em molho e o molho em mau vinho. O melhor para este prato é algo leve e refrescante ( e bem gelado), que em cada golada lhe traga algum refúgio à composição quente e picante deste molho. Terá que se ficar pela cerveja, sangria ou um refrigerante gasoso. Resta-nos apenas lançar o desafio à industria vinícola para fazer um vinho que acompanhe este prato. Teremos todo o gosto em ser consultores!
DISPENSE O OVO
Sabemos que a forma da francesinha convida a que lhe seja pousado algo em cima, e que um ovo até contribui para a tornar ainda mais agradável à vista (tal como o famoso camarão). Mas a atmosfera quase explosiva de uma francesinha não é lugar para ser ocupado por ingrediente tão delicado e angelical como o ovo, com a sua clara branca e gema em tom de sol. Para aqueles que têm o vicio de molhar a batata, não haverá melhor do que o próprio molho da francesinha.
LOCAL, LOCAL, LOCAL
Não faltam locais que as sirvam e o tema de onde comer a melhor francesinha é suficiente para suscitar as mais aguerridas discussões onde patriostismo, gula e sabor se misturam. Uns dizem que as de Gaia são as melhores, outras degladeiam-se pelas de Braga. Há quem só goste das abusivamente gigantes e os que querem o molho à parte.
Para nós as melhores francesinhas são mesmo as do Porto, podíamos enumerar mais locais, mas vamos ficar-nos pelo top 3.
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