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Já são conhecidos os restaurantes premiados para 2018 pelo famoso guia vermelho. As estrelas Michelin voltaram a cair em Portugal, desta vez com dois novos felizes contemplados.
O guia nasceu em 1900 pela mão dos irmãos Michelin, que aproveitaram os primórdios da era dos automóveis para criar um instrumento que facilitasse a vida aos motoristas que circulavam em França. Fornecia mapas, informações sobre oficinas de mecânica e reparação de pneus, gasolineiras, e também recomendava hotéis e restaurantes. Poucos anos depois, o sucesso do guia levou a que o mesmo se expandisse para outros países.
Mas como é um guia de uma marca de pneus se transforma na principal referência de gastronomia no mundo? Hoje em dia, as estrelas Michelin conseguem transformar a história um restaurante, mas também quebrá-la.
A história é longa e fica para outro artigo. No entanto, um dos factores determinantes para o sucesso e respeito das recomendações gastronómicas do guia foi o uso de inspectores anónimos com formação em cozinha e hotelaria. Isso, e apresentarem uma lista exaustiva das melhores selecções – porque nem tudo se resume às famosas estrelas – o guia também recomenda os melhores restaurantes de uma dada região baseado num critério de qualidade-preço, prémio este denominado de ‘Prato Michelin’, com atribuição de 1 a 3 garfos.
E o que é que são as estrelas Michelin?
A definição de estrelas Michelin como as conhecemos hoje foi estabelecida em 1933:
1 estrela (*)
“Une très bonne table dans sa catégorie”
Um excelente restaurante na sua categoria.
2 estrelas (**)
“Table excellente, mérite un détour”
Cozinha excelente, vale a pena um desvio.
3 estrelas (***)
“Une des meilleures tables, vaut le voyage”
Uma das melhores cozinhas, vale a pena a viagem.
O primeiro guia de Espanha e Portugal surgiu em 1910, sendo que três anos depois Portugal teve direito ao primeiro guia exclusivo. As primeiras estrelas – no modelo antigo de 1 a 5 – foram para o Norte, nomeadamente o Hotel Mesquita em Vila Nova de Famalicão e o Hotel Santa Luzia em Viana do Castelo.
Já na definição moderna das estrelas Michelin (1-3) tivemos como primeiro contemplado português o Escondidinho, no Porto, com o total de duas estrelas, mantendo-as entre 1936 e 1939.
Como consequência da segunda Guerra Mundial o guia parou de ser editado para Portugal e sofreu um hiato de 34 anos, voltando a surgir em 1973. No ano da revolução de 1974, são premiados com estrelas o Portucale (Porto), o Pipas (Cascais), o Michel (Lisboa) e o Aviz (Lisboa).
Desde então, a lista cresceu lentamente, até se verificar um franco crescimento nas últimas duas décadas. Em 2018, 79 anos depois de choverem as primeiras estrelas modernas para Portugal, temos 23 restaurantes premiados.
Da visita ao Vista, os inspectores do guia Michelin destacaram uma cozinha empolgante, meticulosa e criativa, baseada na confecção de peixe e mariscos, bem como produtos locais. A luz natural e as vistas sobre o Atlântico também agradaram.
Já para o restaurante Gusto, os inspectores elogiaram a forma meticulosa como pratos de vertente internacional são preparados para o deleite do mais exigente dos palatos. Dão também destaque à decoração urbana e contemporânea do espaço.
Fica então a lista para os vencedores portugueses em 2018:
**
The Yeatman — Ricardo Costa (Vila Nova de Gaia)
Il Gallo d’Oro — Benoit Sinthon (Funchal)
Vila Joya — Dieter Koschina (Albufeira)
Ocean — Hans Neuner (Alporcinhos)
Belcanto — José Avillez (Lisboa)
*
Antiqvvm — Vitor Matos (Porto)
Casa de Chá da Boa Nova — Rui Paula (Leça da Palmeira)
Pedro Lemos — Pedro Lemos (Porto)
Casa da Calçada — Tiago Bonito (Amarante)
William — Luís Pestana (Funchal)
L’And Vineyards — Miguel Laffan (Montemor-o-Novo)
Willie’s — Willie Wurger (Vilamoura)
São Gabriel — Leonel Pereira (Almancil)
Henrique Leis — Henrique Leis (Almancil)
Vista — João Oliveira (Portimão) (novo)
Gusto — Heinz Beck (Almancil) (novo)
LAB — Sergi Argola (Penha Longa)
Loco — Alexandre Silva (Lisboa)
Alma — Henrique Sá Pessoa (Lisboa)
Bon Bon — Rui Silvestre (Carvoeiro)
Eleven — Joachim Koerper (Lisboa)
Feitoria — João Rodrigues (Lisboa)
Fortaleza do Guincho — Miguel Rocha Vieira (Cascais)